segunda-feira, 10 de abril de 2017

Fatigatis est

Você enjoou de mim, eu sei. Tudo um dia enjoa... por que seria diferente comigo, não é mesmo?
Você cansou da rotina de estar comigo, acredito que pelo fato de eu ser sempre eu.
Eu não mudo, né? Até melhoro algumas coisas, mas na essência sou sempre o mesmo, sou sempre eu. Não inovo, não renovo, não reinvento, não ressurjo. E você cansou desse mesmo que eu sempre sou.
Enjoou meu toque, cansou da rotina comigo.
Somente não consegue admitir, porque ainda existe sentimento (amor) e isso gera conflito, negação. 
Talvez o amor seja a maior algema do mundo, que nos prende a pessoas e situações da quais não temos mais vontade de lidar, de conviver, de viver.
Não quero ser uma algema, nem elemento que cause nem um tipo de cansaço ou náusea. Mas acho que ser como antes será nunca mais.

Ou será que não?..

quinta-feira, 6 de abril de 2017

REFLEXÃO SUJA

O jeito é admitir... eu sou um lixo!
Decerto um lixo reciclável, que ainda pode (e deve) se tornar algo bom e útil, mas (ainda) sou um lixo. Isso é fato.
E por que essa certeza toda? 
Porque estou constantemente sendo empurrado para junto do lixo. E, pelo menos tecnicamente falando, o que é levado ao lixo é somente o lixo.
Por mais que eu me afaste por um tempo e tenha larga convivência com situações (pessoas) “limpas”, o “destino” logo dá um jeito para que eu volte para o "meu lugar". Voltar para junto de seres (humanos e afins) lixo.
Por vezes reclamei e bradei por esta convivência com esses tipos de indivíduos, me achando relegado, injustiçado... pensando eu ser melhor do que eles (pareço ser), achando que eu mereço estar na companhia de outros seres melhores.
Mas cheguei à dura conclusão que se sou frequentemente (e duramente por vezes) empurrado à companhia destes, é porque sou similar a eles... lixo!
Só me restou admitir, pois se o Universo é perfeito (como dizem), então coloca cada qual no seu devido lugar. E se sou sempre (ou quase sempre) colocado neste “lugar” com esta qualidade de gente, é porque devo ser “sujo” como eles.
Melhor então eu aprender (que nem o Cascão dos gibis) a brincar no lixo.
Mas é difícil admitir... 
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