quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Poema ene

Nosso amor será perene?
Nosso desejo ainda é infrene?
Nosso querer continua indene?

Que meu coração serene
Minha alma não envenene
Minha emoção não condene

Que em mim sempre acene
ser sempre Edirlene 
*

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Insólito


Eu sou o amanhã da vida

A esperança convertida em milagre
O sol que invade as frestas da tua alma
O refrigério dos teus dias mais quentes
Sou aquele que diz
Sou aquele que faz
Sou aquele que é
Sou toda vida revertida em mais vida, em plenitude
O meu mundo está escrito em todos os livros
Na história de todos os tempos.


* Escrito em um dia inspirado, em 08 de fevereiro de 2009.

Nota: não lembro de ter escrito, somente achei na minha agenda 2009 (quando ia joga-la fora), com a minha letra.
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segunda-feira, 19 de junho de 2017

FÉ - CRER E VIVER

Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.
- Hebreus 11:1

Quando me perguntam sobre o que seja fé, tenho grande dificuldade para definir. A passagem bíblica do início me dá uma boa ideia, mas, pra mim, está longe de fechar uma definição.

Será que é possível definir “Fé”?

Com certeza acharei esse verbete em qualquer dicionário, mas palavras nem sempre são o suficientes para descrever a essência de muitas das coisas no nosso universo.
Ademais, vou ver várias colocações nos diversos livros bíblicos e alcorão, como verei em muitas partes de centenas de outros volumes literários de cunhos religiosos existentes; poderei arguir um número variado de indivíduos e cada um me dará a sua apreciação sobre o que seja fé; encontrarei pessoas declarando-se abençoadas pela fé que discorrerão maravilhas infinitas sobre ela; encontrarei também pessoas outras despossuídas de fé e que possivelmente a desqualificarão, cada um à sua própria maneira; do mesmo jeito acharei inimigos declarados da fé que a detonarão de todas as formas possíveis como algo fantasioso e/ou venenosamente prejudicial à consciência humana.

Se eu for à procura de líderes religiosos, cada um defenderá o seu conceito como regra definitiva, e, mesmo os mais moderados, de alguma forma, logicamente defenderão “seu peixe”.
Aos cientistas do mundo, tenho certeza que a maioria abriria um vácuo maior ainda de descrença, não necessariamente por revolta ou maldade, mas porque aprenderam a ver o mundo somente através de provas materiais e na posição deles é necessário que assim seja.
Aos labutadores da filosofia nem me atrevo a recorrer, pois sei que provocaria uma verdadeira guerra dialética e sairia, provavelmente, com mais dúvida ainda.

Fico então com minhas parcas reflexões pessoais.

Baseando-me na minha paupérrima vivência no campo da fé, poderia dizer que ter fé é simplesmente acreditar. Então, quem crer tem fé. Simples assim!
Porém, algo dentro de mim grita: crer é o começo, mas não é o fim e nem o principal objetivo.
Eu creio que o homem foi à lua. Sim, e daí? O que essa crença acrescenta substancialmente na minha vida?
Observando com cuidado as verdadeiras pessoas de fé, percebo que não só acreditam em algo, mas também vivem aquilo que creem. Uns são mais fervorosos que outros, mas o menos fervoroso vive de alguma forma aquilo em que acredita. Seja a fé em si mesmo, no que tange a acreditar nas suas capacidades; seja a fé em outrem, por achar que as atitudes deste correspondem a algo superior; seja a fé no divino, em Deus, não apenas nos dogmas de uma religião, mas verdadeiramente a fé em algo maior, espiritual, elevado, acimas das nossas condições de meros humanos, não somente acreditando, mas de alguma forma vivenciando isso.

Essas observações ainda não me fizeram fixar uma definição definitiva de fé, mas mostraram-me um pouco da essência deste “algo misterioso” tão almejado e ao mesmo tempo tão combatido.
Ouvi uma vez alguém dizer: - No leito de morte a pessoa verdadeiramente de fé morre de forma tão serena, que mesmo não existindo vida após a morte, essa crença faz muito bem, pois os últimos momentos do indivíduo são felizes.

Sou inclinado a concordar com isso, mas faço um adendo: - e se existir?
*

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Cogitare


Falar o que pensa,
sem antes pensar no que fala
Melhor quando a boca cala,
evitando uma situação tensa.

Pensar no mal,
em vindita, vingança, retaliação
Processo que abala o coração,
Transmuta a mente num caos sem igual.

Pensar no bem,
seja no seu, no meu ou de qualquer outro alguém
Na inconveniência ou no que nos convém
Torna-nos algo que pode ir mais além.
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segunda-feira, 10 de abril de 2017

Fatigatis est

Você enjoou de mim, eu sei. Tudo um dia enjoa... por que seria diferente comigo, não é mesmo?
Você cansou da rotina de estar comigo, acredito que pelo fato de eu ser sempre eu.
Eu não mudo, né? Até melhoro algumas coisas, mas na essência sou sempre o mesmo, sou sempre eu. Não inovo, não renovo, não reinvento, não ressurjo. E você cansou desse mesmo que eu sempre sou.
Enjoou meu toque, cansou da rotina comigo.
Somente não consegue admitir, porque ainda existe sentimento (amor) e isso gera conflito, negação. 
Talvez o amor seja a maior algema do mundo, que nos prende a pessoas e situações da quais não temos mais vontade de lidar, de conviver, de viver.
Não quero ser uma algema, nem elemento que cause nem um tipo de cansaço ou náusea. Mas acho que ser como antes será nunca mais.

Ou será que não?..

quinta-feira, 6 de abril de 2017

REFLEXÃO SUJA

O jeito é admitir... eu sou um lixo!
Decerto um lixo reciclável, que ainda pode (e deve) se tornar algo bom e útil, mas (ainda) sou um lixo. Isso é fato.
E por que essa certeza toda? 
Porque estou constantemente sendo empurrado para junto do lixo. E, pelo menos tecnicamente falando, o que é levado ao lixo é somente o lixo.
Por mais que eu me afaste por um tempo e tenha larga convivência com situações (pessoas) “limpas”, o “destino” logo dá um jeito para que eu volte para o "meu lugar". Voltar para junto de seres (humanos e afins) lixo.
Por vezes reclamei e bradei por esta convivência com esses tipos de indivíduos, me achando relegado, injustiçado... pensando eu ser melhor do que eles (pareço ser), achando que eu mereço estar na companhia de outros seres melhores.
Mas cheguei à dura conclusão que se sou frequentemente (e duramente por vezes) empurrado à companhia destes, é porque sou similar a eles... lixo!
Só me restou admitir, pois se o Universo é perfeito (como dizem), então coloca cada qual no seu devido lugar. E se sou sempre (ou quase sempre) colocado neste “lugar” com esta qualidade de gente, é porque devo ser “sujo” como eles.
Melhor então eu aprender (que nem o Cascão dos gibis) a brincar no lixo.
Mas é difícil admitir... 
*