quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Raciossímio Político

Politica... algo que deveria enriquecer uma sociedade, fazê-la crescer, prosperar. Politica é vida, é trabalho, é dignidade, é a capacidade de sermos cidadãos autônomos, guias dos nossos destinos. Pensar política é engrandecer o pensamento. Praticar política é enriquecer o nosso mundo, não só no sentido material, mas também cultural, subjetivo e, consequentemente, emocional e afetivo nas relações com diferentes tipos de pessoas. Exercitar política é a constante busca da dignidade. Sem política não há progresso. Sem política não há nada!
Se fôssemos plenamente humanos, utilizaríamos a política desta forma.
Mas o que nós, “macacos evoluídos”, fazemos desse bem precioso? 
Progredimos como humanidade em certos aspectos, mas ainda brigamos por território como fazem os animais. Os “machos” ainda brigam pela posse das “fêmeas”. Ainda matamos pra tomar as coisas alheias que julgamos que deveriam ser nossas. Ainda segregamos por medo de perder o que julgamos ser só nosso. Ainda partimos pra brigas físicas e verbais por coisas ínfimas. Não sabemos respeitar espaços alheios. Muitos de nós não sabem viver em comunidade. Agredimos ou somos agredidos quando somos admoestados ou admoestamos por desrespeitos cometidos aos espaços que são ou deveriam ser de todos. E tantas outras coisas mais que eu poderia escrever aqui, mas acredito que a maioria já saiba o suficiente.
Diante desse quadro, como esperar que sejamos diferentes no âmbito do exercício político? Como não sermos animais selvagens, com um tanto de inteligência que nossa pseudo-humanidade nos dá, nos digladiando por nossas opiniões que nem as feras bestiais por um pedaço de carne?
E os nossos “políticos”, que se fazem verdadeiros líderes de sombras satânicas, insuflando e se locupletando desses nossos embates insanos, pois isto só beneficia aos interesses deles.
Infelizmente, no momento, são esses os representantes que temos. Rogamos por melhores, mas agora são esses que nos representam. Não seriam eles o nosso próprio reflexo? O reflexo cruel da nossa própria alma de “macacos evoluídos”? Será que não são eles o que seriamos nós se estivéssemos no lugar deles?
Por hora, respeitar os motivos que leva cada um de nós a escolher os seus precários representantes já estaria de bom tamanho. E aceitar que quem vencer foi por anseio e escolha de uma maioria, e que não adianta nos machucarmos e nem nos matarmos por isso. A gente se destrói e eles continuam no poder, vencendo ou não essa ou aquela eleição. 
Ainda sonho que um dia teremos a verdadeira política que foi descrita no início, idealizada por grandes representantes do pensamento do nosso ainda débil mundo. Ainda prezo pelo debate político saudável. Mas para isso teremos que evoluir deste “ser símio” que ainda somos para a verdadeira Humanidade.
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terça-feira, 19 de junho de 2018

Incongruências

O silêncio grita em minha cabeça
Imagem relacionadaO marasmo corre em meu corpo
A indiferença guia meu censo de justiça
A solidão é companheira de todas as horas

Olho a imagem no espelho e não conheço aquele rosto
Aquele corpo dantes casto, agora devassado por mãos estranhas
Pensamentos outrora ocultos, revelados a esmo pra quem queira conhecê-los
Emoções regiamente contidas, agora saltando para fora em algazarra incontrolável

O que era eu
O que me tornei
O que ainda serei
O que nunca mais voltarei a ser
Ser
Eu
Aquele
Outro
De outrora
Jamais seria outra vez

O que vem depois, então?

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*Escrito em fevereiro de 2012

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Carnavalizando

Carnaval
Festa da carne, da orgia, do pecado...

Esse conceito era válido antigamente, quando vivíamos numa sociedade hipócrita, e, “necessitava-se” de um momento para (mascarados) extravasarmos os nossos instintos.
Hoje em dia ainda precisa-se de carnaval para isso? O culto aos sentidos canais acontece sim em larga escala nesse período, mas depender do carnaval para as diversas libações da carne, já não corresponde mais à realidade.

Penso que o carnaval expressa os nossos anseios, desde os explícitos até os mais recônditos da nossa mente. Estes (os anseios) hoje são liberdade (real liberdade), alegria para não sucumbirmos ao desespero (e lamentavelmente motivos pra isso é o que não falta) e uma vontade imensa de confraternizar, estar com outros seres humanos, saindo das nossas tocas solitárias. Estar com outras pessoas em lugar um comum, de todos, pessoas estas que nem conhecemos; brincar simplesmente; sorrir sem motivo. Parecem coisas bobas, mas são os nossos anseios, nesse mundo onde a tecnologia das redes sociais aproximam as pessoas, mas ao mesmo tempo as isolam.

Sair da toca, interagir, pular, agitar, viver...

Mas na quarta-feira de cinzas “acordamos” e isso é duro, por isso queremos "dormir" de novo e sonhar que a vida é só alegria.

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*Texto escrito em 22/02/2017, exato 1 ano atrás.
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sábado, 13 de janeiro de 2018

Atarantado

No jogo da vida
às vezes a gente perde
às vezes a gente ganha
um dia a gente bate
no outro dia a gente apanha

Mas será que há vitória real em algum desses momentos?
ou "ganhar e perder", "apanhar e bater", são nada mais que constantes tormentos?

Hei de vencer! ou não...
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